São fenômenos que parecem fazer
parte de um enredo de filme de ficção científica e envolvem fenômenos que fogem
da compreensão e que levantam dúvidas sobre as razões de suas
peculiaridades.
Reunimos nessa matéria alguns
destes fenômenos peculiares e objetos incríveis de nosso Universo.
- Hipernovas:
Uma Hipernova (também
conhecida como colapsar) é um tipo especial de Supernova mega energética
produzida por uma estrela extremamente grande no final de seu ciclo de vida. Elas
são extremamente raras. Estima-se que a taxa de visualização é de 1 a cada
milhão de anos.
Ela pode originar-se de uma
estrela de grande massa girando a uma velocidade muito alta (ou envolta em um
poderoso campo magnético) que explode, destruindo o núcleo interno ou ser o
resultado da colisão duas estrelas.
Eta Carinae |
A estrela Eta Carinae, que pertence à constelação da Carina, atualmente é uma das mais próximas candidatas a Hipernova. Quando isso acontecer o brilho será tão intenso que, durante alguns dias, não haverá noite no Brasil e em todo o hemisfério sul, devido ao brilho de aproximadamente 10 luas que será irradiado.
- Raios cósmicos:
Os raios cósmicos são partículas
de átomos com alto poder energético, que atingem velocidades próximas à da luz.
Quando adentram a atmosfera terrestre, essas partículas entram em colisão com
átomos da atmosfera e dão origem a outras partículas, formando uma “chuva” de
partículas com menos energia, os chamados “raios” cósmicos secundários.
Por sorte a Terra nos protege da
maior parte da radiação, espalhando e absorvendo os raios cósmicos. Caso
contrário, os núcleos de elementos pesados podem afetar significativamente as
funções biológicas, causando mutações aos seres vivos.
Existem duas fontes principais de
radiação. A primeira é o Sol, emitindo massa coronal e lançando nuvens de
bilhões de toneladas de material altamente energético. A segunda fonte de
radiação é produzida durante explosões de supernovas.
- Estrelas de Nêutrons
Quando estrelas muito grandes (8
ou mais vezes maior que a massa do Sol) consumem todo o hidrogênio em
seu núcleo, o equilíbrio que havia entre as camadas externas e o núcleo da
estrela se esvai e ela colapsa, explodindo em uma supernova.
A camada mais externa é expulsa
para o espaço e o que resta é um corpo celeste extremamente denso e compacto
onde não há mais átomos, mas um aglomerado de nêutrons.
Uma estrela de nêutrons gira tão
rápido que seu período rotacional pode levar apenas alguns milésimos de
segundo. Quando o campo magnético da estrela de nêutrons não coincide
com o seu eixo de rotação temos um pulsar: uma estrela que emite radiação
(proveniente de seu movimento de rotação) de forma mais regular que o melhor
dos relógios.
Os Pulsares se assemelham a
faróis marítimos, emitindo luzes em duas direções e girando rapidamente.
Olhando em sua direção, o vemos pulsando. O pulso é tão regular que no início
os cientistas pensaram que os pulsos fossem algum sinal alienígena.
Abaixo, você pode conferir o som que um Pulsar emite:
- Quasares:
Um Quasar não é de fato uma
estrela. A dimensão de um Quasar é superior a de uma estrela, mas também menor
que uma galáxia (aliás, não muito maior que o nosso Sistema Solar). Porém um
Quasar emite várias centenas de vezes mais luz que uma galáxia. É um dos
objetos celestes que mais energia emite.
Na verdade, os quasares são
buracos negros supermassivos que brilham intensamente. O buraco negro fica
recoberto por partículas provenientes de uma estrela ou planeta que ele esteja
absorvendo. Essas partículas giram a grandes velocidades fazendo com que a sua
temperatura seja superior ás temperaturas das estrelas mais quentes do
Universo, emitindo raios X e outras formas de radiação electromagnética - a
origem do intenso brilho destes objetos.
Visto que os buracos negros
supermassivos têm origem nos primórdios do Universo, os Quasares são alguns
objetos mais distantes que nós podemos observar.
- Buracos Brancos:
Um buraco branco é o oposto de um
buraco negro. É um objeto teórico previsto pela teoria da
relatividade que funciona como um buraco negro de
tempo-invertido. Como um buraco negro é uma região no espaço de que nada pode
escapar, a versão tempo-invertida do buraco negro é uma região no espaço em que
nada pode cair. Mas isso só vale mesmo de forma conceitual, porque, na prática,
ainda não existe nenhuma comprovação da existência de buracos brancos no
espaço.
Em função da falta de
comprovações da existência dos buracos brancos, esse assunto foi pouco a pouco
sendo deixado para trás pelos astrofísicos. Porém, continuam sendo entidades
físicas matematicamente viáveis.
- Anã Negra:
As estrelas menos massivas (como
o nosso Sol) ao consumir todo o hidrogênio de seu núcleo, transformando-o
em materiais mais pesados (como o carbono), podem se transformar em um
tipo de estrela conhecida como Gigante Vermelha.
Elas são compostas por um núcleo
pequeno e denso de carbono e camadas externas difusas. Contudo elas não são
grandes o suficiente para continuar fundindo o material do núcleo.
Uma anã negra é uma
estrela anã branca que se resfriou suficientemente de modo a não mais
emitir significativamente calor ou luz. Ela expeliu ou fundiu todos
os elementos químicos cuja fusão fosse suficiente. O que sobra então é uma
densa esfera de matéria degenerada de elétrons, sendo detectáveis somente
pela sua influência gravitacional.
Como se calcula que o tempo
requerido para uma anã branca atingir este estado seja maior do que a atual idade
do universo (13,8 bilhões de anos), não se espera que alguma anã negra já
exista no universo.
- Estrela de ferro:
No interior de estrelas, ocorre
um processo de fusão nuclear, em que elementos leves se fundem e formam
elementos mais pesados, e assim sucessivamente, liberando energia a cada etapa.
O caminho normalmente é o seguinte: hélio para carbono, carbono para oxigênio,
oxigênio para neon, neon para silício e, finalmente, silício para ferro – gerar
ferro demanda mais energia do que é liberada, por isso é a etapa final.
Contudo, a maioria das estrelas
morre antes de começar a fundir carbono ou acabam virando supernovas pouco
depois.
Uma estrela de ferro, como o
próprio nome sugere, seria composta puramente por ferro, mas paradoxalmente
ainda continuaria liberando energia, graças ao “efeito túnel” da mecânica
quântica, em que uma partícula atravessa barreiras que normalmente seria incapaz
de atravessar.
Estima-se que levará 101500 anos até que uma estrela de ferro apareça.
- Estrela escura:
Nos primórdios da história do
universo, antes que as estrelas convencionais se formarem, cientistas teorizam
que o núcleo delas poderia ser movido por matéria escura.
Essas estrelas seriam compostas
por matéria comum, como as estrelas atuais, mas uma alta concentração de matéria
escura em seus núcleos geraria calor através de reações de aniquilação entre
as partículas de matéria escura e anti- matéria escura.
As estrelas escuras são maiores e
mais geladas do que suas parceiras convencionais. Elas também duram mais do que
as estrelas com fusão nuclear. Com um estoque suficiente de matéria escura, as
estrelas escuras podem ter vidas que excedem a idade do universo (elas ainda podem
existir hoje).
Apesar de não emitirem luz
visível, elas seriam detectáveis por suas emissões de raios gamma, neutrinos,
e antimatéria.
- Antimatéria:
De forma simplista, a antimatéria
é o inverso do que é a matéria. Ela é composta de antipartículas, que
possuem a mesma característica das partículas (massa e rotação), mas com carga
elétrica contrária. É o caso do pósitron, também conhecido como antielétron,
que tem carga positiva. Ou do antipróton, que, diferente do próton, é negativo.
A explosão causada pelo encontro
da matéria e da antimatéria gera energia em forma de raio gama. Só para ter uma
ideia, 1 g de antimatéria seria capaz de abastecer a cidade de São Paulo
durante 24 horas!
Cientistas já criaram antimatéria
no acelerador de partículas LHC (Grande Colisor de Hádrons). Foi produzido um
trilionésimo de grama de antimatéria - que daria para acender uma lâmpada por
três segundos, que durou cerca de 16 centésimos de segundo antes de se
aniquilar com a matéria.
Especula-se sobre o porquê
de o universo observado parece ser constituído inteiramente de
matéria. A ciência acredita que ambas existiam em quantidades iguais quando
ocorreu o Big Bang, mas se destruíram por alguma razão desconhecida, sobrando
mais matéria - que se moldou e formou planetas, galáxias e estrelas.
Cogita-se a respeito de outros
lugares possivelmente constituídos apenas por antimatéria. A assimetria entre
matéria e antimatéria é um dos maiores problemas sem solução da física
atual.
Hoje, o grande desafio é
conseguir produzi-la em grande quantidade, possibilitando até mesmo o desenvolvimento
de motores movidos por antimatéria - uma promissora fonte de energia ilimitada.
Como disse Carl Sagan, “a astronomia
é uma experiência de humildade e criadora de caráter”, tais as maravilhas e surpresas
que nos esperam nesse vasto e maravilhoso horizonte. O Cosmos traz em si o
assombro e a beleza inigualável do eterno, nos enchendo de admiração e esperança. Talvez seja um pouco cedo. Talvez ainda não
tenha chegado a hora. Mas esses outros mundos promissores, oportunidades
ilimitadas, acenam, chamando-nos. E nós atenderemos esse chamado para nos
encantar e descobri-los.
Henrique Guilherme
Escritor e estudioso.
O estudo da astronomia, física, astro-física é muito fascinante!
ResponderExcluirParabéns pelo ótimo trabalho!
Realmente estou muito maravilhado, como é bom poder ver novidades neste excelente site que estimula nosso pensamento diante das variadas maravilhas deste vasto cosmos. Que notícias extraordinárias sobre a imensidão espacial e seus mistérios. Aguardo sempre novas postagens. Um abraço do irmão Antônio José.
ResponderExcluirvéi, tive um orgasmo lendo esse conteúdo... puts, to tremendo aqui.
ResponderExcluirlindo demais!
excelentes infos
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