A gravidade é aquela coisa que
todos conhecemos e achamos que entendemos. Ela deixa nossos pés no chão e o
mundo girando em torno do sol. Ela é uma das quatro forças fundamentais, juntamente com as forças eletromagnética, forte e fraca. Mas, se você
começar a pensar, as certezas sobre a gravidade começam a flutuar. De todas as
forças do universo, a gravidade é a que se estuda há mais tempo e,
paradoxalmente, a menos conhecida.
Um longo caminho de estudo à
muito procura entender esta estranha força. Sir Isaac Newton foi o físico que
desenvolveu a Teoria da Gravitação Universal, na década de 1680. Ele descobriu
que a gravidade atua sobre toda a matéria e é uma função de massa e distância. As
ideias de Newton reinaram como a melhor explicação até que Albert Einstein veio
com a sua Teoria Geral da Relatividade, em 1915.
Na teoria de Einstein, a
gravidade não é uma força, mas sim a consequência do fato de que deforma o espaço-tempo da matéria. Uma previsão da relatividade geral é que a luz se
desvia em torno de objetos maciços. Com sua brilhante ideia de que tempo e
espaço são relativos e estão profundamente entrelaçados, Einstein acabou
redefinindo a teoria de Newton, ligando massa e gravidade ao espaço-tempo.
A teoria da relatividade fez com
que a gravidade se tornasse uma propriedade inerente ao universo, e não aos
corpos. Contudo, até hoje não se sabe qual das duas teorias é mais corretas: a
teoria Newtoniana já foi utilizada para lançamentos de foguetes até a lua com
sucesso, por exemplo, e a de Einstein também foi usada com sucesso, mas ainda
não se sabe como as propriedades quânticas da massa, energia e do espaço-tempo
criam o fenômeno da gravidade.
Apesar de seu alcance infinito,
no entanto, gravidade é a força mais fraca do universo. E essa brandeza também
a torna muito misteriosa, pois cientistas não podem medi-la em laboratório tão
facilmente como podem detectar seus efeitos em planetas e estrelas.
Os números podem não ajudar, mas
físicos tem uma idéia sobre algumas partículas ainda não vistos da gravidade:
Minúsculas partículas sem massa chamadas grávitons que emanam campos
gravitacionais. Cada hipotético pedacinho uniria todo tipo de matéria no
universo, tão rápido quanto a velocidade da luz permite.
Existem grandes dificuldades para
comprovar a existência dos grávitons. Uma delas é que fenômenos gravitacionais
de grande escala são difíceis de reproduzir em laboratório por exigirem altos
níveis de energia. A outra dificuldade é que a gravidade é a força fundamental
que possui menor intensidade. Seus efeitos são percebidos apenas em grandes
aglomerações de massa (como os planetas e estrelas).
Um fenômeno astronômico que pode
ajudar a compreender a força gravitacional são as ondas gravitacionais.
- As Ondas Gravitacionais:
Em fevereiro deste ano, o LIGO
-Observatório Gravitacional de Interferometria Laser - causou comoção na comunidade
científica ao anunciar a 1º a detecção de ondas
gravitacionais resultantes de uma fusão de buracos negros.
Os buracos negros tinham 150
quilômetros de diâmetro, que é praticamente o tamanho da região metropolitana
de Washinton D.C., mas com a massa 30 vezes maior que a do sol e com a metade
da velocidade da luz. Antes da fusão, os buracos se moviam em espiral um ao
redor do outro, fazendo com que as estrelas ao redor se movessem por conta da
enorme gravidade. Quando dois buracos negros se unem, uma onda é liberada, e
viaja pelo universo, causando alterações no tempo-espaço, fazendo com que o
tempo fique mais rápido e mais lento.
Essa comprovação é uma das
maiores descobertas da ciência do nosso tempo porque, além de confirmar as
ideias de Einstein, abre as portas para maneiras totalmente novas de se
investigar o Universo.
- Para Quê Servem as Ondas
Gravitacionais?
O que dá para dizer é que elas
são uma nova luz. Na forma real. Até fevereiro de 2016, quando um grupo de
cientistas anunciou a primeira detecção de ondas gravitacionais da história, só
existia um jeito de perscrutar o espaço: detectando a luz dos astros, além de
outros tipos de onda eletromagnética, como raios gama e infravermelho. Mas era
pouco. A verdade é que a maior parte do cosmos não emite nem reflete luz - a
começar pelos buracos negros; a terminar, pela matéria escura, que não interage
nem com a força eletromagnética.
Sendo assim, a única forma de
estudar objetos como buracos negros e matéria escura é "observar" as
ondas gravitacionais que eles emitem. Nisso, elas devem descortinar uma nova
realidade se para a astrofísica.
- Por Que a Gravidade é Tão Fraca?
A gravidade é a mais fraca de
todas as forças fundamentais (eletromagnética, a nuclear fraca e a nuclear
forte). Pense no esforço que você faz para dar um pulo. É pouco, certo? E a
força exercida pela gravidade, portanto, também é fraca. O que faz com que ela
seja tão diferente?
De acordo com a teoria das
cordas, que tem ganhado grande aceitação e influência na comunidade científica,
a gravidade poderia ser fraca porque o universo teria mais que as três
dimensões conhecidas, e essa força “vazaria” para outras dimensões, fazendo com
que só conseguíssemos sentir uma parte de sua força total.
Ou seja, a fragilidade da
gravidade perante as demais forças fundamentais é o resultado de sua “diluição”
por todas as dimensões extras que não podemos ver ou talvez que não estejam
nesse universo, podendo inclusive ser a responsável pela atração de massa em
outros Universos e suas consequentes colisões.
Evidentemente esta é uma teoria
proposta, porém ainda não dispomos de métodos e tecnologia suficiente para
testá-la, visto que necessitaríamos comprovar a existência de outros Universos
e interagir ativamente entre eles.
- Matéria Escura:
Um grupo de físicos
do Departamento Henry A. Rowland de Física e Astronomia, da Universidade
Johns Hopkins, se debruçou sobre uma hipótese muito interessante: a de que
estes buracos negros seriam uma assinatura da elusiva matéria escura.
Os buracos negros primordiais, ou
PBH na sigla em inglês, seriam buracos negros com origem diferente.
Os buracos negros estelares se
originam de uma supernova, que explode e deixa para trás uma nebulosa
planetária em expansão e um buraco negro com massa entre três massas solares e
algumas dezenas de massas solares. O outro tipo de buraco negro, os super
massivos, ainda não tiveram sua origem desvendada completamente, mas são
conhecidos por terem massa variando entre algumas centenas a alguns milhões de
massas solares, e estão no centro de galáxias.
O buraco negro primordial seria
formado em uma época em que o universo ainda era muito denso. Nuvens de gás
teriam sido compactadas a ponto de criar estes buracos negros imensos, com
massa equivalente a algumas dezenas de massas solares, pelo menos.
Os buracos negros da primeira
detecção, com massas de 36 e 29 massas solares (valores atípicos para buracos
negros estelares) seriam candidatos ideais para a matéria escura, que faz 85%
de toda matéria do universo.
Serão necessárias mais
observações do LIGO e outras evidências para dar força a esta hipótese,
incluindo mais detecções. Entretanto tal descoberta de que as ondas
gravitacionais podem estar conectadas à matéria escura está criando muita
agitação entre os astrofísicos.
- Manipulando a Gravidade:
A geração de gravidade artificial
em naves espaciais é recorrente em filmes de ficção científica. Porém,
recentemente foi aceito para publicação na Physical Review D um
trabalho do professor André Füzfa, da Universidade de Namur, Bélgica, que
sugere que temos tecnologia suficiente para gerar gravidade.
A ideia não é utilizar da
tecnologia para desligar a gravidade terrestre e sair voando por aí, pelo
contrário. À princípio o plano é tentar aumentar a gravidade em um
local controlado. A alteração seria ínfima, mas o suficiente para que
conseguíssemos estudar a força gravitacional e colocar em xeque a teoria
da relatividade, proposta por Einstein.
Isso seria possível porque o
famoso físico afirma que tanto as energias quando as massas são afetadas de
maneira igual pelo campo gravitacional, de maneira que curvas seriam produzidas
por campos eletromagnéticos. O ponto é que os campos produzidos na Terra são
muito fracos, e não conseguimos medi-los. Porém, com o aumento da gravidade em
determinados pontos, a visualização seria facilitada.
Se funcionar, a tecnologia
também traria efeitos práticos. As ondas gravitacionais poderiam substituir as
transmissões que hoje são feitas por satélite. "Até agora, um avanço
científico desse porte era um sonho, mas isso poderia abrir caminho para muitas
novas ferramentas, como telecomunicações usando ondas gravitacionais, por
exemplo" afirmou a universidade em comunicado.
O problema é testar esta
hipótese, visto que para fazer o aparato que é sugerido pelo trabalho, é
preciso muito investimento. De qualquer forma, o trabalho do professor vai
lançar novas luzes sobre o relacionamento entre eletromagnetismo e gravidade, e
aumentar nosso entendimento sobre a gravidade.
Tais descobertas e novas formas
de pensar as leis do Universo são uma revolução no conhecimento. São avanços
que podem mudar radicalmente a forma como enxergamos o mundo, e até
a ficção científica. Agora, com a confirmação definitiva das ondas gravitacionais,
estamos mais perto dessa maravilha do que jamais estivemos e de galgarmos
finalmente os derradeiros degraus que ascenderia nossa espécie a categoria de
"Filhos das Estrelas".
E como diria o célebre Carl Sagan:
"Em
algum lugar, alguma coisa incrível está esperando para ser conhecida".
Henrique Guilherme
Escritor e estudioso.
Curioso a cerca dos grandes mistérios das antigas civilizações
VOltou!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirTrabalho mentalmente meu motor perpetuo de nome casual "Gravito" com um impulso de frequência radionica ativado por capacitor de uma bobina em espiral com neodímio permanente. Não vai passar 10 anos ele estará flutuando no espaço.
ResponderExcluirOlá. Achei o post fantástico. Tenho a mesma onda de pensamento sou criador de M.U.A Magnetian Universe Architecture. Que todo leva a creer que somos uma criação magnética pois todos os espaços vacíos temos a presença gravitonica seja buracos.universos ou neutrinos.
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