Muitos expectadores de “Matrix” e
outros filmes de ficção como “Exterminador do Futuro”, consideram os elementos
mais fantásticos destes filmes – computadores inteligentes, download de
informações para o cérebro humano, realidade virtual indistinguível da vida
real – como divertidos enquanto ficção científica, mas bastante remotos da vida
real. No entanto, por mais assustador que seja, muitos expectadores podem estar
errados. Conforme explica o renomado cientista computacional e empresário Ray
Kurzweil, esses elementos são muito possíveis e é bem provável que eles se
tornem uma realidade ainda durante nossas vidas. Desta forma, estamos caminhando
a passos largos para a famigerada Singularidade Tecnológica. Mas o que
é isso?
- O que é a singularidade tecnológica?
Simplificando, esta é a
denominação dada a um evento histórico previsto para o futuro, no qual a
humanidade atravessará um estágio de colossal avanço tecnológico em
um curtíssimo espaço de tempo.
Baseando-se em avanços obtidos nas
áreas da informática, inteligência artificial, medicina, astronomia, nanotecnologia, genética e biotecnologia,
muitos estudiosos acreditam que nas próximas décadas a humanidade irá
atravessar a singularidade tecnológica e é impossível prever o que acontecerá
depois deste período.
Devido a ser um fato não
ocorrido, existe muita teorização sobre o que poderia acarretar tal avanço
(como uma 3º guerra mundial ou uma grande epidemia mundial e etc.), mas a
grande maioria dos cientistas acredita que ela decorrerá naturalmente, como consequência
dos acelerados avanços científicos. Outros acreditam que o surgimento iminente
de supercomputadores dotados da chamada superinteligência será à
base de tais avanços - argumenta-se em favor disso que somente com uma
inteligência superior a humana poderia haver avanços científicos e tecnológicos
tão rápidos e importantes. Há também quem acredite na integração
homem-computador para o surgimento da superinteligência (transumanismo), mas a
tecnologia necessária para tal pode estar mais distante de ser alcançada do que
a inteligência artificial.
Raymond Kurzweil |
Vários cientistas, entre
eles Vernor Vinge e Raymond Kurzweil, e também alguns filósofos afirmam
que a singularidade tecnológica é um evento histórico de importância semelhante
ao aparecimento da inteligência humana na Terra. Outros, afirmam que a
singularidade tecnológica é para o século XXI o que a revolução
industrial foi para o século XVIII ou simplesmente que a
singularidade tecnológica é na verdade a quarta revolução industrial.
- Transumanismo
O Transumanismo é uma filosofia
emergente que analisa e incentiva o uso da ciência e da tecnologia,
especialmente da biotecnologia, da neurotecnologia e da nanotecnologia,
para superar as limitações humanas (intelectuais, físicas e psicológicas), e,
assim, poder melhorar a própria condição humana.
Transumanistas estudam os
benefícios e perigos potenciais das tecnologias emergentes que poderiam superar
as limitações fundamentais humanas, assim como as implicações éticas envolvidas
em desenvolver e usar tais tecnologias.
A imortalidade não
seria fruto de uma única invenção ou descoberta, mas um desenvolvimento
contínuo da tecnologia relacionada à saúde e a medicina, fazendo
a expectativa de vida tender a subir exponencialmente a ponto de
considerar que o ser humano não irá mais morrer por conta de velhice.
- Transporte da mente
Conhecida também como Mind Upload ou
sublimação, é uma ideia que tem se desenvolvido, e envolve a transferência da
personalidade de um indivíduo e suas memórias para a interface do computador.
Acredita-se que uma pessoa possa
transformar a sua personalidade, memória e essência (ou alma)
em dados de computador. Sendo assim, essa pessoa poderia viver eternamente caso
algo acontecesse ao seu corpo orgânico dentro de um sistema de computação.
Ela poderia transferir sua consciência para um computador ou para a mente de um
bebê recém-nascido. O bebê, então, iria crescer com a individualidade da pessoa
anterior, e não desenvolveria sua própria personalidade. Futuristas como
Moravec e Kurzweil propuseram que, graças ao crescimento exponencial do poder
da computação, um dia será possível fazer o upload da consciência humana para
um sistema informático, e viver indefinidamente em um ambiente virtual. Isto
poderia ser conseguido através de avanços da cibernética, onde o hardware seria
inicialmente instalado no cérebro para ajudar a memória a "digitalizar ou
acelerar os processos de pensamento". Componentes seriam adicionados
gradualmente até que as funções do cérebro da pessoa fossem inteiramente
dispositivos artificiais, evitando transições radicais que poderiam levar a
problemas de identidade.
Essa tecnologia poderia
ser usada como uma forma de armazenar dados das mentes de soldados. Esses dados
ficariam em um local seguro e, caso esses soldados fossem mortos em guerra, com
sua essência eles poderiam ser revividos, assim evitando o sofrimento da morte
para a família.
- A ética atrás da sublimação
É evidente que essa questão gera
muita polêmica. Como ainda não existe uma legislação especifica para
esse caso, uma pessoa sublimada não teria nenhum impedimento para praticar
muitos crimes, como assassinato por exemplo (já que homicídio é
qualificado como um humano matando outro e, de certo ponto de vista, o
individuo deixa de ser humano).
Com isso surgiriam questões do
tipo: é ético ser imortal? Seria injusto não aplicar as mesmas leis humanas a robôs?
Seria injusto excluí-los do mesmo código de ética, mesmo sabendo que eles
devem ser uma espécie de escravos do ser humano e não poderiam seguir o seu livre-arbítrio
tão livremente assim?
- Estimativas
Para muitos, o prazo para o aparecimento
de entidades robóticas conscientes seria muito extenso, porém um fato
verificado é que a velocidade de progresso não vai permanecer na atual; de
acordo com confiáveis modelos, ela está dobrando a cada década.
Realizaremos cem anos de progresso na velocidade atual de progresso em 25 anos. Os próximos dez anos serão como vinte, e os dez anos seguintes serão como 40. O século XXI será, portanto, como 20,000 anos de progresso – na velocidade atual. O século XX, por mais revolucionário que tenha sido, não teve cem anos de progresso na velocidade atual; desde que aceleramos até a velocidade atual, foram de fato quase 20 anos de progresso. O século XXI será aproximadamente mil vezes maior, em termos de mudança e alteração de paradigma, do que o século XX.
Muitas dessas tendências derivam de reflexões sobre as implicações da Lei de Moore. Esta lei se refere a circuitos integrados e declara notavelmente que o poder computacional disponível por um determinado preço dobra a cada 20 a 24 meses. A Lei de Moore tornou-se um sinônimo do crescimento exponencial em computação. No entanto, o crescimento exponencial da computação vai substancialmente além da Lei de Moore. De fato, o crescimento exponencial vai além da simples computação, e se aplica a todas as áreas de tecnologias baseadas em informação, tecnologias que irão fundamentalmente remodelar nosso mundo.
Lei de Moore |
Sendo assim, a maior parte
daqueles que pesquisam ou discutem a singularidade tecnológica acreditam que
esta possa decorrer entre os anos de 2025 e 2070. No entanto,
Kurzweil observou, em 2011, tendências existentes e concluiu que a
singularidade estava se tornando mais provável de ocorrer em torno de 2045. Ele
disse à revista Time: "Vamos com sucesso a engenharia reversa do cérebro
humano em meados dos anos 2020. No final dessa década, os computadores
terão inteligência no mesmo nível humano."
- A revolução das máquinas
Segundo muitos estudiosos, um
intelecto artificial muito superior aos melhores cérebros humanos em
praticamente todas as áreas, incluindo criatividade científica, sabedoria geral
e habilidade social, não teria por que estar submisso a nós. De acordo com esta
linha de raciocínio, Vernor Vinge aposta na rebelião das máquinas inteligentes
contra os homens, o que poderia resultar em um extermínio total ou na escravização
da raça humana após uma guerra de grandes proporções.
Tradicionalmente argumenta-se que
os homens jamais iriam entregar o poder às máquinas ou dar-lhes a capacidade de
tomá-lo de nós, mas as coisas podem se suceder de forma diferente, já que o grau
de dependência do homem aumentará paulatinamente até chegar a um ponto em que
não restem alternativas senão a de aceitar as decisões tomadas pelas máquinas.
Na mesma proporção em que os problemas da sociedade se tornarem mais complexos
e as máquinas mais inteligentes, cada vez mais decisões serão tomadas por elas
simplesmente por serem mais eficazes que as tomadas pelos humanos. Isso pode
levar a um estágio em que a nossa dependência em relação às máquinas
transforme-se no domínio pacífico das mesmas sobre nós, o que não descarta a
possibilidade de um domínio agressivo.
Temos também Bill Joy,
fundador da Sun Microsystems, que publicou no ano 2000 o,
atualmente famoso, artigo "Por que o futuro não precisa de
nós?", onde defende a ideia de que as máquinas inteligentes e auto-replicantes são
perigosas demais e poderão facilmente fugir do nosso controle.
- Hollywood
Há muito tempo o cinema e
a ficção-científica abordam temas relacionados ao fim do mundo,
mas a singularidade tecnológica como ameaça global é algo bem mais recente. Um
exemplo disso é o filme Matrix, que apresenta uma versão
bastante elaborada de como poderá ocorrer a singularidade tecnológica. No
filme, uma guerra entre homens e máquinas inteligentes é
travada entre 2094 e 2102 com a derrota e consequente escravização da
humanidade. De forma semelhante, o filme O Exterminador do Futuro aborda
uma longa e inacabada guerra entre homens e máquinas.
Por outro lado, alguns filmes,
como, por exemplo, Eu, robô do escritor Isaac Asimov (que
escreveu quase 500 livros) , são mais cautelosos e abordam uma vitória humana
sobre a questão. Outros , como O Homem Bicentenário (também do
escritor Isaac Asimov), mostram que a inteligência artificial pode ser
totalmente benéfica e que a singularidade tecnológica pode não trazer perigos
potenciais à humanidade.
Nós já percorremos um bom pedaço
dessa estrada. Se todas as máquinas no mundo parassem hoje, nossa civilização
seria esmagada e estacionaria. Isso não seria verdade há poucos trinta anos. Em
2040 a inteligência humana e a das máquinas estarão profundamente fundidas. Tornaremos-nos
capazes de experiências muito mais profundas, de muitos e diferentes tipos. Ou
seja, estamos nos tornando cada vez mais simbióticos com relação às máquinas.
Resta apenas saber se nossas criações serão gratas a nós por termos as criado,
e zelarão por nós. Ou então nos “aposentem” forçadamente, tal como um filho
interna seus ultrapassados pais em um asilo. A resposta talvez esteja na forma
que as trataremos e tal como nossos filhos, ensinaremos através dos exemplos.
Pergunto-me, ensinaremos o respeito ou ensinaremos a intolerância?
No final, o futuro pode ser assustador...confira neste vídeo.
Henrique Guilherme
Escritor e estudioso.
Curioso a cerca dos grandes mistérios das antigas civilizações
Otimo cara
ResponderExcluirPuta merda no vídeo ainda existe capitalismo. Pelo visto nossa raça não evoluiu muita coisa.
ResponderExcluirLeia a descrição do video cara...futuro assustador....'-'
Excluirnao conseguimos nem a cura do cancer , Aids SOMOS UNS MERDAS isso ai é uma palhacada carros movidos a gazolina kkkk
ResponderExcluirMuito bom sempre prestei atenção na maioria dos filmes de Holywood que quase todos tem como fundo ou certo enredo que leva para esse IA, mas nunca tinha visto texto muito bem bem explicado como o seu parabéns.
ResponderExcluirP.S. mas faltou outros filmes aí com esta temática
Robson Duque
Robsonduque@bol.com.br