O Sistema Solar é
constituído pelo conjunto de 8 corpos celestes, cinco planetas anões,
vários satélites naturais e inúmeros outros corpos menores, como
asteroides e cometas que orbitam o Sol, e que,
portanto, estão sob sua influência gravitacional Os planetas, satélites e
asteroides de nosso sistema solar tiveram uma origem em comum: uma nuvem de
detritos que orbitava uma estrela recém-nascida. Ao longo do tempo, cada
planeta foi adquirindo características únicas, seja por colisões com outros
astros, seja pela evolução natural.
Hoje, sabemos muitas coisas a
respeito da nossa vizinhança planetária, mas alguns mundos ainda guardam seus
mistérios. Confira quais são os principais:
- Mercúrio
Mercúrio é um mundo muito difícil
de ser estudado, devido a sua proximidade com o Sol escaldante e incrivelmente
brilhante. Assim, mistérios não faltam. Por exemplo, Mercúrio tem um núcleo
gigante – talvez porque suas camadas exteriores mais leves foram levadas por
colisões planetárias há muito tempo, mas os cientistas não têm certeza.
Ele também tem um campo magnético
e uma atmosfera, ambos de origem desconhecida. A maior dúvida sobre Mercúrio é
a respeito de sua órbita muito alongada, chegando a ser oval – fator que no
futuro pode fazer com que o pequeno planeta se colida com Vênus ou até mesmo
com o Sol.
- Vênus
Vênus, em relação à todos os 8
planetas do sistema solar, possui uma rotação única. Todos, exceto ele,
realizam o movimento de rotação no sentido contrário ao dos ponteiros de um
relógio – um movimento esperado, já que teoricamente todos os astros do sistema
solar tiveram uma origem em comum. É o planeta do contra – o único do sistema
solar que gira ao contrário, de modo que o Sol nasce no oeste e se põe no
leste.
Diversas hipóteses foram levantadas
para explicar essa anomalia, que podem estar relacionadas.
Uma delas afirma que o planeta
tenha nascido como todos os outros, mas efeitos de maré causados pela sua
atmosfera ultra-densa teria amortecido seu movimento de rotação ao longo dos
bilhões de anos. Outra hipótese sugere que a rotação de Vênus teria se
invertido após uma série de grandes impactos quando ele ainda era ainda muito
jovem. No entanto, não existe nenhuma evidência, como uma grande cratera, que
apoie essa teoria, ou até mesmo uma lua. Alguns estudos sugerem que Vênus tinha
uma em seus primórdios, lua que teria sido criada após um grande impacto. Cerca
de 10 milhões de anos depois, outro grande impacto teria revertido a rotação do
planeta, causando a queda da lua sobre a crosta de Vênus, acontecendo uma
fusão.
Cientistas ainda não sabem como um planeta como a Terra se tornou
gradualmente em um mundo quente envolto por um grosso cobertor de gases
tóxicos. Há redemoinhos no planeta que giram 60 vezes mais rápido do que sua
atmosfera, mas o maior mistério de Vênus reside em sua rotação.
Outra questão em aberto é possibilidade de Vênus abrigar vida em suas nuvens. Há cerca de 48 quilômetros de altitude, a pressão atmosférica e temperatura é igual a média da Terra, o que leva os pesquisadores a questionarem sobre a existência de formas simples de vida em nuvens que se situam nessa altura.
Sua superfície, hoje árida, seca
e fria, um dia já foi quente, úmida e cheia de água – possivelmente até repleta
de vida. Como o Planeta Vermelho mudou tão drasticamente? Enquanto cientistas
tentam responder a essa pergunta, a cada dia surgem novas evidências de que
Marte pode abrigar vida – em sua forma mais simples, sobretudo em seu
subsolo.
Novas fotos de uma enorme cratera
em Marte sugerem que a água pode se esconder em fendas sob a superfície do
planeta, dando a entender que a vida pode ter existido lá no passado, e
possivelmente ainda existe. Como Marte possui somente 1/3 da gravidade da
Terra, e sua crosta é menos densa e mais porosa do que a de nosso planeta, o
que significa que mais água pode ter escorrido para regiões subterrâneas. Onde
quer que exista água líquida na Terra, há vida; e os microrganismos em Marte
podem ser sustentados por fontes de energia e reações químicas semelhantes as
que sustentam formas simples de vida no subsolo terráqueo.
Outro mistério a respeito de nosso vizinho é o fato de que seus hemisférios são bem diferentes um do outro. Planícies lisas, jovens, e com poucas crateras, dominam a metade superior do planeta, enquanto antigas montanhas, vales e inúmeras crateras preencham o hemisfério sul.
Como as duas pequenas e
irregulares luas de Marte surgiram? Cientistas acreditam que a gravidade do
planeta capturou asteroides, no entanto, a órbita circular em torno do planeta
nega tal evidência.
- Júpiter
O maior planeta do sistema solar
também guarda muitos mistérios. Qual fonte de energia impulsiona uma atmosfera
tão densa e violenta? Tempestades maiores que o planeta Terra, como a Grande
Mancha Vermelha, surgem e desaparecem sem deixar explicações. Listras inteiras
também parecem desaparecer misteriosamente. A diferença na coloração do planeta
nunca foi explicada satisfatoriamente.
Júpiter é classificado como um
gigante gasoso – ou seja, uma grande bola de hidrogênio e gás hélio. No
entanto, o planeta possui mais carbono, nitrogênio e enxofre do que o Sol, e
pesquisadores acreditam que a água pode ter ajudado o planeta a ganhar esses
elementos (conforme a água congela, ela capta materiais dispersos, e Júpiter
poderia ter engolido muitos desses pedaços). Contudo, a substância nunca foi
encontrada na atmosfera do planeta.
A composição do núcleo de Júpiter
também é incerta. A teoria mais aceita é de que ele seja formado por rocha
superaquecida sob alta pressão.
Europa, uma boa aposta para vida
extraterrestre
A lua de Júpiter que definitivamente está na lista para um dia conseguir sua própria missão é Europa. Este objeto gelado e branco com listras marrons em sua superfície se destaca como um dos melhores candidatos para hospedar vida extraterrestre em nosso sistema solar.
Sob uma crosta de gelo de 3 a
talvez 32 quilômetros de espessura, Europa provavelmente abriga um oceano de
água salgada. Segundo modelos de astronomia, este oceano poderia ter o dobro do
volume de todos os da Terra.
A questão é: esse oceano poderia
permitir o desenvolvimento de vida de alguma forma? A ideia não é tão absurda.
A flexão da maré de Júpiter poderia manter o interior da Europa quente. Esta
energia poderia, por sua vez, suportar vida microbiana, análoga à encontrada em
torno de fontes hidrotermais nos oceanos da Terra. Raios cósmicos do espaço que
atingem o gelo da crosta da lua poderiam até liberar oxigênio para criar
maiores formas de vida, como peixes.
- Saturno
Depois da Terra, Saturno provavelmente é o planeta mais
reconhecível do nosso sistema solar, graças ao seu sistema de anéis únicos e
resplandecentes.
Durante 4 séculos, astrônomos têm
contemplado o belo sistema de anéis desse gigante gasoso, mas suas
características peculiares nunca foram muito bem compreendidas. Os cientistas
ainda não têm a certeza de quando os anéis foram formados e quanto tempo eles
podem durar. As duas teorias mais aceitas são que os anéis surgiram a partir
da destruição de uma lua do planeta, causada pela gravidade de Saturno ou
em uma colisão com outro corpo, ou então os anéis surgiram a partir de restos antigos
da formação de Saturno.
Outro mistério envolve as
tempestades gigantes e correntes de jato em sua superfície, bem como a dinâmica
de sua rotação, sendo a origem da fonte de energia para estas tempestades ainda
desconhecidas.
O enigmático hexágono de Saturno
No início da década de 80, a
sonda Voyage avistou nuvens de formato hexagonal acima do pólo norte
de Saturno, e a nave Cassini tem seguido esse fenômeno meteorológico nos
últimos anos. O formato estranho chama a atenção, e seu tamanho também: o hexágono
poderia suportar quatro planetas Terra dentro dele.
Pesquisadores simularam hexágonos
e outras formas poligonais com um turbilhonamento de líquido dentro de um
tanque em velocidades variáveis, sugerindo que o hexágono de Saturno pode ser
uma esquisitice da mecânica dos fluidos de corpos em rotação.
No entanto, a longevidade e
estabilidade desta corrente de jato de Saturno vão deixar os cientistas coçando
suas cabeças nos próximos anos.
Outro fato curioso foi apontado
por pesquisas recentes o qual descobriram que o campo magnético de Saturno
produz sinais de rádio, mas eles não ficam em sintonia com a rotação do planeta
Vida em Titã?
A maior lua de Saturno possui
características semelhantes a da Terra primitiva, com uma atmosfera densa e
rica em nitrogênio e quantidades significativas de vários hidrocarbonetos, além
de ter intensa atividade geológica. Titã também é o único
lugar no Sistema Solar além da Terra em que se tem comprovadamente
substâncias no estado líquido em grande quantidade na sua superfície, o que
alimenta a possibilidade de haver algum tipo de vida nesse satélite.
Em Titã existe um ‘ciclo de
metano’ semelhante ao ciclo da água aqui na Terra, onde o metano em estado
gasoso na atmosfera cai em forma de chuva na superfície formado rios e lagos
com alguns metros de profundidade.
- Urano
Esse gigante de gelo irradia
muito pouco calor para o espaço, o que é um mistério. Talvez o desaparecimento
do calor interno do planeta tenha acontecido por causa de uma colisão no
passado distante com um corpo do tamanho da Terra, que também pode ter causado
uma anomalia na rotação do planeta, que gira de lado (98º), ou seja, os polos
norte e sul do planeta estão localizados em sua região equatorial.
Treze anéis de Urano e duas
dúzias de luas têm uma rotação de lado também, orbitando o planeta como
círculos em nossa perspectiva, o que dá credibilidade a essa teoria.
Uma de suas luas, Miranda, se
destaca por possuir uma das superfícies mais rugosas e irregulares do que
qualquer outro corpo astronômico conhecido. Ela apresenta uma geologia
totalmente incomum, com enormes montanhas e penhascos de mais de 20 quilômetros
de profundidade – os maiores do sistema solar. Uma teoria sustenta que a lua
foi quebrada várias vezes e depois se reuniu novamente, criando suas
características irregulares e manchas.
- Netuno
Astrônomos acreditavam que o
irmão mais próximo de Urano fosse um mundo pouco exótico, mas um sobrevoo da
Voyager 2 em 1989 revelou o contrário. Sua atmosfera é muito turbulenta, com
tempestades fortíssimas - incluindo a Grande Mancha Escura, que tinha quase o
tamanho da Terra - e ventos que atingem mais de 2 mil quilômetros por hora (os
mais rápidos do Sistema Solar).
Essa intensa atividade só pode
ser explicada pelo forte calor interno do planeta, mas como o planeta mais
distante do Sol pode abrigar tanto calor?
Campo magnético descentralizado
Quando a Voyager 2 detectou um
campo magnético singular em Urano, os astrônomos acreditaram que isso tinha
acontecido porque um corpo teria colidido com o planeta, embaralhando sua
produção de campo magnético.
No entanto, quando a Voyager 2
mediu o campo magnético de Netuno, eles perceberam que ela também se originava
longe do coração do planeta, e não se alinhava com a rotação planetária, como
outros campos magnéticos conhecidos fazem. A melhor teoria proposta é a de que
o campo magnético não é gerado no núcleo de Netuno, como é na Terra, Júpiter e
outros planetas. Em vez disso, o campo emana de uma camada eletricamente
condutora entre o núcleo e a superfície.
- Plutão
Plutão está tão longe da Terra
que é difícil conseguir qualquer tipo de informação precisa sobre o planeta
anão (ele tem 2,352 mil quilômetros de diâmetro – menos de 20% do tamanho do
nosso planeta). Mas ele finalmente será menos misterioso dentro de alguns anos,
já que a sonda New Horizons da NASA deve fazer um voo rasante sobre o planeta
em julho de 2015.
O planeta é um dos lugares mais
frios no sistema solar, principalmente por estar tão longe do sol. As
temperaturas da superfície oscilam em torno de -225° C. E mesmo sendo menor do
que a lua da Terra, o planeta anão conseguiu segurar uma fina atmosfera –
composta principalmente de monóxido de nitrogênio, metano e carbono.
Plutão demora 248 anos para dar
uma volta ao redor do Sol, porém tem uma órbita extremamente elíptica, que não
está no mesmo plano das órbitas dos oito planetas oficias. Em média, o planeta
anão dá a volta em volto do sol a uma distância de 5,87 bilhões de quilômetros,
completando um circuito em 248 anos.
O estranho caminho vai fazer com
que, em alguns anos, a órbita de Plutão se sobreponha a de Netuno. Isso traz
Plutão mais perto da Terra do que Netuno, o oitavo planeta do sistema solar.
Os pesquisadores acreditam que a
peculiar órbita de Plutão tenha sido formada pelo próprio gigante Netuno,
durante os primórdios do Sistema Solar. Os corpos estavam tão próximos que a
presença do objeto maior (Netuno) perturbou drasticamente a órbita do menor, tornando-a
elíptica.
- O longínquo
cinturão de Kuiper
Os corpos ali encontrados são
comumente chamados de KBOs, e geralmente são minúsculos mundos de gelo e rocha
que orbitam o Sol a incríveis distâncias (além da órbita de Netuno, há 50 UA do
Sol) , mas ainda assim membros do sistema solar. Desde 1992, mais de 1.300
KBO’s foram encontrados. Somente alguns desses objetos possuem um diâmetro
superior à 1.000 km.
O Cinturão de Kuiper é lar de
vários planetas anões, como Plutão, Éris, Makemake, Haumea, Ixion, Varuna e
Quaor. Acredita-se que há bilhões de anos atrás haviam muito mais corpos, porém
as inúmeras colisões que prosseguiram podem ter expulsando a maioria dos KBO’s.
A razão dessas colisões é que suas órbitas são frequentemente alteradas pela
maior força gravitacional de Netuno. Há ainda evidências que muitos deles já
foram expulsos do sistema solar.
Ainda não há uma definição para a
formação do Cinturão de Kuiper, mas acredita-se os KBO’s são remanescentes
de uma nebulosa protossolar que formou os planetas do Sistema Solar.
Henrique Guilherme
Escritor e estudioso.
Curioso a cerca dos grandes mistérios das antigas civilizações
Obrigado pelo artigo!
ResponderExcluirAcrescento ainda mais umas ideias, de entre as muitas possíveis, relativas aos mistérios do sistema solar: a) Plutão, planeta tão pequeno, tem CINCO luas, como é que isso é possível? b) será mera coincidência a forma de ovni que apresentam as luas saturnianas Atlas e Pan? c) a densidade global de cada uma das luas de Marte sugerem a existência de largas cavidades no seu interior. Poderíamos estar aqui a lembrar-nos de muitos mistérios, mas para já só me ocorreram estes para juntar aos referidos no interessantíssimo artigo deste site. E desde já os meus parabéns!
Para terminar, fica aqui uma imagem composta das duas luas de Saturno, em forma de ovni e uma sugestão de leitura: "Dark Mission" de Richard Hoagland, onde poderão encontrar ideias muito interessantes sobre a nossa lua. As imagens então:
http://solarsystem.nasa.gov/multimedia/display.cfm?Category=Planets&IM_ID=8528