Há 200.000 anos um
longo processo de evolução culminou no Homo
sapiens. E nos séculos seguintes, para que a humanidade avance
cientificamente, a realização de experimentos e criação de novas tecnologias
tornou-se irrefreável.
Assim, os cientistas e
responsáveis utilizam de todo o embasamento metodológico e científico
disponível antes de colocar em prática alguns experimentos, contudo algum nível
de risco é sempre assumido. Sabermos que existem substâncias e equipamentos com
os quais ninguém deveria brincar, porém isso não significa que diversos testes
altamente arriscados já não foram conduzidos por aí.
Inevitavelmente, a
civilização chegará a um fim em um futuro distante. Daqui a um bilhão de anos,
a radiação solar deve aumentar de intensidade e queimará o que estiver vivo e
evaporar toda nossa água. Se o homem conseguir sobreviver, em quatro bilhões de
anos a Galáxia de Andrômeda deve se chocar com a Via Láctea, causando uma série
de colisões estelares. Ainda assim, se a Terra passar incólume, em cinco
bilhões de anos o Sol se tornará uma estrela gigante vermelha, e consumirá o planeta
em suas chamas.
Mas não é necessário
esperar tanto tempo...
-
A Ciência do Apocalipse:
Com o avanço tecnológico, os prognósticos se tornam, paradoxalmente, menos otimistas. Por 200 milênios, os humanos foram capazes de sobreviver aos desastres naturais, mas agora começaram a criar seus próprios riscos.
Com o avanço tecnológico, os prognósticos se tornam, paradoxalmente, menos otimistas. Por 200 milênios, os humanos foram capazes de sobreviver aos desastres naturais, mas agora começaram a criar seus próprios riscos.
Em 1947, pesquisadores
da Universidade de Chicago criaram o Relógio do Juízo Final, para medir o
quanto a humanidade está perto de acabar com sua própria existência. No início,
só levavam em conta os perigos da guerra nuclear, mas já adotaram o aquecimento
global em seus cálculos. Hoje, o relógio está a cinco minutos da meia-noite.
Segundo estudiosos, as
chances de a humanidade sobreviver ao século 21 são de apenas 50%. Isso por
causa do desenvolvimento de novas tecnologias que podem ter impacto global,
como o terrorismo biológico e a nanotecnologia. O próprio astrônomo inglês
Stephen Hawking propôs que a humanidade deve abandonar a Terra e colonizar
outros planetas se quiser escapar da extinção.
Exemplos em nossa
trajetória não faltam. Selecionamos abaixo algumas dessas tecnologias que
poderiam se tornar mortais:
-
Apocalipse Nuclear:
Nos
dias 6 e 9 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram bombas atômicas contra
as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, levando ao fim da Segunda Guerra
Mundial. O bombardeio matou entre 150.000 e 240.000 pessoas, seja por causa do
impacto da explosão, de terríveis queimaduras ou do envenenamento radioativo.
Estava aberta uma nova era onde o homem possuía em suas mãos uma tecnologia que
poderia exterminar toda a humanidade.
Os
perigos só aumentaram durante as décadas seguintes, quando Estados Unidos e
União Soviética entraram em uma corrida para ver quem era capaz de produzir o
maior número de bombas nucleares, com o maior potencial destrutivo.
Além
do enorme poder de fogo dos arsenais, que poderiam matar grande parte da
humanidade, havia outro motivo para um potencial combate entre os dois países
ameaçar a existência humana: o inverno nuclear. Alguns cientistas previam que,
após a explosão de inúmeras bombas nucleares, a poeira levantada poderia cobrir
todo o céu e impedir a passagem da luz solar. As pessoas que fossem capazes de
sobreviver à guerra nuclear teriam de viver num mundo frio e estéril, sem
grandes esperanças de recuperar a civilização.
Recentemente,
desastres como o de Chernobyl ou até de Fukushima surgiram para
comprovar a instabilidade e o perigo desse tipo de fonte de energia, mesmo que
em menor escala.
Temendo
seus efeitos, em 1968, 189 países assinaram o Tratado de Não Proliferação
Nuclear, com a intenção de limitar a produção desse tipo de arsenal. No
entanto, as mudanças geopolíticas desde então mudaram o panorama e com o
colapso da União Soviética, algumas de suas armas podem ter sido vendidas no
mercado negro para governos renegados e organizações terroristas, mantendo vivo
o medo do holocausto nuclear eminente.
- A Ascensão das Máquinas:
A
cada dia que passa os computadores ficam mais rápidos e poderosos, os programas
mais complexos com diversos projetos buscando uma inteligência artificial. A
não ser que alguma catástrofe recaia sobre nossa raça, muito provavelmente
chegará o dia em que os computadores serão tão potentes e terão tanto
conhecimento sobre nós mesmos, que poderemos gerar uma superinteligência
artificial.
Em
1965, Gordon Moore, fundador da Intel, previu que número de transistores
capazes de serem armazenados em chips de computadores dobrariam a cada dois
anos, diminuindo seu tamanho e aumentando de forma continuada sua capacidade de
processamento e memória. A previsão se mostrou bastante acertada. Se ela
continuar funcionando, a criação de uma superinteligência – capaz de superar
qualquer ser humano em qualquer atividade lógica – inevitavelmente vai
acontecer.
Essas
máquinas tornariam a humanidade obsoleta. Mais inteligentes que qualquer
engenheiro ou programador, esses computadores seriam capazes de desenvolver
novos computadores cada vez mais potentes, no que o matemático inglês I. J.
Good chamou, em um estudo publicado em 1965, de explosão de inteligência. Esse
momento, no qual as máquinas superam definitivamente seus criadores humanos,
seria chamado de singularidade. Esse cérebro de bits pensará mais rápido,
responderá perguntas complexas com facilidade e será capaz de pensar por
milhões de gênios em um segundo.
Recentemente,
um sistema de inteligência artificial foi capaz de vencer até mesmo
os pilotos mais experientes da Força Aérea dos Estados Unidos em uma simulação
de combate, demostrando o quão avançado está o desenvolvimento destas
inteligências atualmente.
Segundo
estudiosos, um momento particularmente importante no desenvolvimento dessas
máquinas seria sua programação. Dependendo de seu objetivo – e de sua
interpretação do objetivo – o computador poderia fugir ao controle humano e se
tornar implacável. Como no jogo de xadrez, ele seria capaz de prever qualquer
ação humana, e impedir qualquer tentativa de pará-lo.
Uma
tecnologia dessas, fora do controle, seria uma ameaça real à nossa
existência.
O HAARP (Programa
de Investigação de Aurora Ativa de Alta Frequência) começou a funcionar no
Alasca (Estados Unidos) em 1993 e tem como objetivo alegado, o estudo a camada
da ionosfera terrestre, responsável pela transmissão das ondas de rádio.
A
localização da base foi escolhida a dedo, visto a ionosfera sobre o Alasca ser
pouco estável (as antenas de alta frequência do HAARP enviam ondas para a
ionosfera visando a aquecê-la) e a ausência de cidades nas proximidades.
Desde
o início o projeto gera uma série de desconfianças, contudo denúncias
conspiratórias partidas do parlamento russo afirmavam veementemente que ele
seria uma arma geofísica, capaz de interferir em todo o planeta, a partir de
pontos isolados.
O
relatório aponta que o HAARP seria uma nova transição na indústria bélica,
chegando ao patamar de armas geofísicas. Segundo estas teorias, seria possível
controlar placas tectônicas, temperatura atmosférica e até mesmo o nível de
radiação que passa pela camada de ozônio.
Todas estas possibilidades podem gerar uma série de problemas para as populações atingidas. Atingindo países inteiros, desastres naturais podem minar economias, dizimar concentrações populacionais e gerar instabilidade e insegurança em toda a Terra.
Todas estas possibilidades podem gerar uma série de problemas para as populações atingidas. Atingindo países inteiros, desastres naturais podem minar economias, dizimar concentrações populacionais e gerar instabilidade e insegurança em toda a Terra.
Como
nossa estrutura é imprevisível, o uso errado do HAARP poderia trazer
consequências até para a própria nação que o controla. Especulações ou não,
nunca foram revelados dados concretos sobre o dinheiro empregado no projeto. Há
projeções de que mais de 200 milhões de dólares sejam gastos por ano com as
antenas do HAARP, caracterizando, estranhamente, um enorme esforço econômico,
com intuito meramente experimental, não é mesmo?
A
nanotecnologia pode trazer grandes avanços para a humanidade, utilizando de robôs
minúsculos, do tamanho de moléculas, capazes de se locomoverem livremente e
atuarem em uma série de atividades.
A
projeções apontam que esses nano robôs poderiam revolucionar a qualidade de vida
humana, da medicina à engenharia, atuando na cura do câncer, limpando o meio
ambiente, criando novos computadores de tamanho reduzido e construindo praticamente
qualquer artefato.
Contudo,
em uma possibilidade apocalíptica para a nanotecnologia, se máquinas minúsculas
montadoras (que poderiam construir materiais molécula por molécula)
saíssem de controle, nos levariam ao cenário da “Praga Cinza”, ou “Grey
Goo”. Nele os montadores começariam a converter toda matéria orgânica em mais
montadores, consumindo tudo no processo. A Terra seria reduzida a uma massa sem
vida apinhada de nanomáquinas. Esse termo deve seu nome à imagem que poderá ser
provocada por esse fenômeno: o planeta inteiro coberto por um manto cinza
robótico.
Para
impedir que um evento desses aconteça, foram sugeridas algumas salvaguardas,
como impedir a construção de robôs replicadores ou fazer com que eles dependam
de algum material raro para se reproduzir.
Entre
outras medidas, cientistas propuseram sistemas de segurança para impedir que os nano robôs sejam invadidos, que precisem de uma autorização para cada produto
que forem construir e que não possam funcionar de modo completamente
autônomo.
O LHC é uma estrutura subterrânea de anéis magnéticos
com 27 quilômetros de extensão, posicionada entre a França e a Suíça. Um dos seus principais objetivos é tentar explicar a origem
da massa das partículas elementares e
encontrar outras dimensões do espaço. Entretanto, antes
mesmo dele entrar em operação, críticos ao redor do mundo levantaram a
possibilidade de que as colisões que ele produziria poderiam gerar energia num
nível sem precedentes e poderiam levar uma catástrofe de dimensões globais.
A primeira possibilidade levantada foi a criação de um buraco negro a partir da experiência, que sugaria tudo à sua volta. Entretanto, se um buraco negro fosse produzido dentro do LHC, ele teria um tamanho milhões de vezes menor que um grão de areia, e não viveria mais de 10−27 segundos.
O segundo risco trazido pela colisão era o da criação de um novo tipo de vazio.
Algumas teorias físicas dizem que o universo pode se organizar em fases, e o
vácuo atual seria instável. A energia gerada pela explosão poderia causar uma
transição de fase, mudando todo o tecido do espaço na velocidade da luz. Nesse
novo vácuo, nem os átomos poderiam existir.
A terceira possibilidade apontada pelos críticos era que a colisão criasse uma partícula física bizarra chamada strangelet – uma forma de matéria estranha que, por enquanto, só existe na teoria. Esse estado da ‘matéria de quarks estranha’ é chamado de strangelet (gotinha de estranheza).
Para criar essa matéria
estranha, deve haver uma compressão extraordinária da matéria, como ocorre
dentro de uma estrela superdensa, como as estrelas de nêutrons e de quarks. O
strangelet também pode ser criado no cenário de Big Bang. Outra possibilidade de
criaá-lo pela colisão de íons pesados submetidos à energia ultra-relativística.
Essa partícula por si
só não representa dano nenhum, mas ela pode converter outros tipos de
partículas à sua volta em novos strangelets, gerando uma reação em cadeia que
poderia consumir toda a Terra em poucas horas.
A maioria das teorias
físicas aponta que o risco de qualquer um dos três fenômenos acontecer é zero.
Os críticos, no entanto, refutam que se os físicos soubessem com toda certeza o
que iriam encontrar após as colisões, os experimentos nem precisariam ser
feitos.
O
homem sempre foi ambicioso. Sempre almejou mergulhar nas águas profundas do
conhecimento, mesmo que este pudesse lhe afogar posteriormente. Concomitantemente
observamos o poder que esta sociedade desenvolveu para destruir atingiu uma
escala sem precedentes na história. Caso não nos atentemos as limitações de
nosso próprio conhecimento e sabedoria, este poder será usado e inconsequentemente
causará uma destruição insensata em todo o mundo da vida natural e nas suas
bases materiais. A ciência tem sido nossa maior ferramenta na compreensão da
natureza e crescimento de nossa espécie, não obstante é imprescindível cautela
quanto aos nossos passos rumo ao descobrimento. Não podemos nos esquecer que o
fogo do conhecimento que nos guia é o mesmo que pode nos queimar.
“Tornou-se chocantemente óbvio que
a nossa tecnologia excedeu a nossa humanidade.”
Henrique Guilherme
Escritor e estudioso.
Curioso a cerca dos grandes mistérios das antigas civilizações
Espetacular! Parabéns!
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